segunda-feira, 23 de maio de 2011

Alice Ruiz



 


apaixonada
apaixotudo
apaixoquase

Estou me dando conta de que esta empreitada de levantar o perfil de mulheres é mais difícil do que eu imaginava. Tomemos como exemplo a figura que destaquei hoje, Alice Ruiz. Como é possível comentar toda a produção artística desta curitibana nascida em 1946, que transita com desenvoltura tanto no meio literário quanto no musical? Peço a compreensão de vocês, pois meus textos serão assim mesmo, inundados de limitações, apenas apontando caminhos, nunca revelando por completo a mulher em foco.



Ela é do tipo que começou a escrever desde cedinho, aos nove já criava contos, e aos 16 se aventurou nos primeiros versos. Mas os textos, depois de escritos, iam direto pra gaveta, já que a escritora iniciante tinha vergonha de mostra-los. Aos 22 se casou com o poeta Paulo Leminski, o primeiro a ler e incentivar Alice a investir na escrita. Aos 26 ela começa a publicar em jornais e revistas, e seu primeiro livro é publicados aos 34 anos.



No campo da poesia, se apaixonou pelo haicai, forma poética nascida no Japão, geralmente formada por um verso de três linhas, prezando a concisão e a objetividade.

rede ao vento
se torce de saudade
sem você dentro


Nos anos 80, traduziu quatro obras de autores japoneses.

Desde os 26 anos compõe letras, tendo mais de 50 músicas gravadas, por diversos intérpretes.


Bem, é isso. Confere o site dela que tem muita coisa lá. http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/index.html

mesmo que eu morra
dessa morte disforme
o esquecimento
não lamento

viver ou morrer
é o de menos
a vida inteira
pode ser
qualquer momento
ser feliz ou não
questão de talento

quanto ao resto
este poema
que não fiz
fica ao vento
mãos mais hábeis
inventem


Um comentário:

  1. Preciso ler mais coisas dela... Conheço pouco!
    PS - pago um pau fodido pra Chiquinha!

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